Outro dia em uma das conversas sobre carreira por aí, questionei a um talento (de menos de 30 anos): você quer ir mais longe ou mais rápido?
Sabiamente, uma das pessoas mais admiráveis que conheço (acima de 50 anos), que estava nos escutando, respondeu: Ah, quero ir mais longe e mais rápido! Quero o caminho da eficiência.
Esta reflexão dá para pegar o expresso Hellmann’s (leia-se: viajar na maionese) e descer na última estação, não é?!
Antes de qualquer coisa, é preciso descobrir até onde você quer chegar:
- Que função? Com qual conteúdo? Isso tem nome de cargo?
- Em que tipo de ambiente?
- Com que tipo de responsabilidade?
- Com que idade?
- Com que rendimento?
- Qual será o cenário de sua vida pessoal?
Seria muito fácil questionar que cargo você quer ter: quer ser gerente, diretor ou um especialista? Mas se assim o fosse, seria rotular e tratar superficialmente este tema tão importante.
Em um segundo passo, uma vez que você responde a aquelas perguntas, cabe a você fazer o planejamento de trás para frente…
Em uma cenário comum, onde um Pleno/Sênior almeja altos vôos em um cargo de gestão em um universo de 10/15 anos… para que ter pressa?!
Muitas vezes (e confesso que eu já fui assim) tinha uma pressa de chegar ao destino que me tirava o foco da viagem… quantas vezes perdemos a beleza e o desfrute do caminho porque só pensamos no ponto final.
Não só é necessário, mas é crucial que se tome consciência disso enquanto há tempo. Seria péssimo descobrir que não aproveitou todos os estágios de sua carreira porque só focou no cargo “lá de cima”.
Há vários pontos que isso pode envolver: desde um desenvolvimento superficial – que terá impactos futuros; passando por a uma alta angústia, como o mais sensível: deixar de analisar as pistas à medida que segue o caminho… pode ser que aquele cargo/área que você tanto almeje não faça o menor sentido dentro de alguns anos…
Cabe a você estar atento ao momento presente e ir desfrutando dele… lógico que planejar é necessário, é um guia… um esboço… mas viva o real, o dia a dia e vá o observando que a vida tem vários caminhos e dá os sinais.
Um ponto que não posso deixar de trazer é que para chegar mais rápido, muitas vezes é preciso abrir mão de outras coisas… qualidade de vida, família, amigos… em prol do trabalho. Será que isso não fará falta lá na frente?!
Outro aspecto é… se você chegar muito rápido onde você quer (antes dos 40 é uma boa métrica), talvez você queira mais… no entanto, a vida não terá a mesma equação exponencial depois de uma faixa etária… Será que você não sentirá falta desta “velocidade”?
Já conheci casos que profissionais brilhantes chegaram rápido demais ao topo – antes de 40, depois disso estava tão acostumado a “crescer para cima” – que se esqueceram ou se perderam no “crescer para frente ou para o lado” para sustentar o que conquistaram… vivenciando crises existenciais pesadas.
Chegar mais longe muitas vezes exige “velocidade constante” e bom equilíbrio… quero dizer que “nem só de trabalho vive o homem, ou a mulher”… para chegar mais longe, você precisará ter uma boa base: com saúde, com família, com valores espirituais… coisas que sustentem você primeiro como ser-humano para que depois você coloque a roupagem de profissional e não se perca – neste papel/personagem tão tão em nossas vidas.
Cuidado com os “atalhos” para ir mais rápido…- nem tudo na vida tem placa de retorno… e não precisa ser tão duro ao ponto de o “atalho” ser ilícito (isso seria game over)… o atalho muitas vezes pode ser algo que custe muito caro para sua vida pessoal.
Enfim… chegar rápido ou chegar longe?! Chegar na melhor equação?!
O segredo é estar atento ao momento presente, ser maestro de sua vida, atento como a vida se constrói… percebendo o que será mais sustentável para você…
Grande abraço,
Debora.
Blog com Dicas de Carreira de Debora Miceli é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Brasil.
Based on a work at www.dicasdecarreira.com.